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Descubra o Pará Orgânico


Livres de agrotóxicos, fertilizantes químicos, modificações genéticas, hormônios e drogas veterinárias, os alimentos orgânicos fazem parte de um sistema de produção muito mais responsável ambientalmente e saudável para o ser humano. Sua principal vantagem é não deixar rastros de contaminação no solo, na água e nos alimentos. A agricultura conta com soluções naturais, sem químicos, para a defesa de pragas e fertilização. A criação de animais é natural, respeitando o comportamento da espécie, sem o uso de hormônios, antibióticos e luz artificial.


Muitas redes nacionais de supermercado já tem sua prateleira de orgânicos, mas o melhor negócio mesmo é comprar nas feiras, especialmente, as de venda direta do produtor, porque nelas os preços são mais baixos e é possível tirar todas as suas dúvidas sobre os produtos. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor criou um site para mapear as feiras orgânicas brasileiras, nele é possível tanto ver, avaliar e adicionar informações sobre feiras, vale a pena conferir.


Aqui em Belém, as feiras acontecem toda semana, em três pontos diferentes: Praça Batista Campos, Praça Brasil e Shopping Grão Pará. Realizadas pela Secretaria Municipal de Economia (SECON), as feiras são compostas por agricultores de Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara, Santa Luzia, Santo Antônio do Tauá e São João de Pirabas, que formam a Associação Pará Orgânico. Os produtos vendidos são super variados, como frutas, vegetais, grãos, sementes, cereais, mel, frango, ovo, condimentos, temperos, ervas, adubo, produtos de higiene e beleza.

Como identificar os produtos orgânicos?

Apesar de ainda não haver nenhuma certificação ou selo que garanta que os produtos são orgânicos, os produtores têm o acompanhamento de diversos órgãos fiscalizadores e licenciadores, como a Empresa de Assistencia Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER), a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (SEDAP), a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Só participam das feiras os produtores que são autorizados por estes órgãos a trabalhar.


Mas a Associação Pará Orgânico possui um importante documento para atestar credibilidade, a Organização de Controle Social (OCS), que permite a venda direta de produtores para consumidores. Para retirar este documento junto ao MAPA é necessário cumprir os princípios e diretrizes da produção orgânica, manter a propriedade aberta para visita de fiscalizadores e consumidores, entre outras responsabilidades legais.


Qualquer consumidor pode pedir para ver a OCS na própria feira, pode também pedir o endereço dos sítios para fazer uma visita.

Quem produz orgânicos no Pará?

A maioria dos produtores trabalha sem ajuda de funcionários, em pequenas propriedades rurais onde moram e desenvolvem a agricultura familiar, como é o caso do agricultor Laércio de Miranda. Em seu terreno no bairro Almir Gabriel, Marituba, são produzidos vegetais, ervas medicinais, condimentos, adubo, galinha, ovos e produtos de higiene e cosméticos orgânicos. “A gente produz [para comercialização] há 25 anos, mas isso aí a gente traz de uma cultura de família, desde os pais e avós, cultura que a gente traz no sangue”, contou Laércio de Miranda.


As alternativas para defender a plantação vêm do conhecimento passado de geração em geração e entre agricultores, como o uso de misturas com nim, citronela, pimenta, ticupi, sabão líquido e óleo de cozinha. A agricultora Lena Corrêa, do bairro Curuçambá, em Ananindeua, explicou que “o controle de pragas e complicado, fica, assim, 70% pra nós e 30% pros insetinhos, é por aí que a gente consegue controlar. É tudo com remédios naturais tanto pra adubar quanto pra repelente. E é bem repelente mesmo, não é veneno, porque não mata os insetos, só afasta”.


A agricultora produz vegetais, ervas medicinais, condimentos e alguns produtos beneficiados (como azeite com orégano) há 21 anos, somente ela e o marido, que moravam no centro de Belém e decidiram se mudar “pro sítio, pro meio do mato viver e plantar”, comentou sorridente.


Distribuição dos produtos

As feiras surgiram há mais ou menos 8 anos, com o apoio da SECON, e desde então muita coisa mudou para os produtores. Antes a oferta superava a demanda, havia sobra de produtos e hoje, o público é tanto que em alguns períodos os produtores não dão conta. Foi criado um espaço para comércio que mudou a rotina dos agricultores, porém, nenhum de seus órgãos fiscalizadores e licenciadores oferece treinamentos sobre como administrar a produção e a parte financeira nesse novo momento.


“Antes da feira era uma sobra de produto que a gente tinha! No meu caso, a gente entrega em domicílio, mas era muita produção pra pouca freguesia, agora com a feira, a gente continua entregando em domicílio e ainda tem que trazer pra feira. E é eu e o marido. Quando a gente pode, a gente paga duas diárias, dois diaristas, mas empregado mesmo a gente não dá pra ter”, contou Lena Corrêa.


O produtor Laércio de Miranda afirmou que “antes da feira era uma tristeza, tinha mercadoria e não tinha onde escoar. Atualmente a gente tem um pequeno público, já é o esperado, mas às vezes já não tá tendo o suficiente pra manter a clientela, a gente tem falha, por exemplo, agora no mês de chuva”.


O suporte de negócios para esses pequenos produtores e o selo de produto orgânico promoveriam grandes avanços para o setor, os produtores poderiam ter empregados fixos e os produtos poderiam ser comercializados em mercados, por exemplo.

Para mais informações sobre a Organização de Controle Social (OCS), clique aqui.

Fotos: Victor Carreira


Onde encontrar comida saudável em Belém?
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